terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Edital de licitação do metrô de BH deve sair em breve

13/03/2013 - Diário do Comércio

A licitação para o tão esperado metrô da capital mineira, anunciado oficialmente pela presidente Dilma Rousseff em 2012, enfim deverá ser lançada. De acordo com o secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas, Carlos Melles, os serviços de geotecnia e sondagem das obras de expansão do sistema de transporte serão concluídos neste mês e a próxima etapa será a publicação do edital de concorrência para a elaboração do Projeto de Engenharia, que deverá ocorrer ainda no primeiro semestre deste ano.

A expansão do metrô de Belo Horizonte é aguardada há décadas pela população. Atualmente, uma única linha está em operação, entre o Eldorado (Contagem) e Venda Nova (região Norte da Capital). O trecho tem 19 estações e 28 quilômetros de extensão.

Conforme o secretário, o processo realmente é demorado, em função da grande complexidade. Porém, ele ressalta que o primeiro passo para o desengavetamento do projeto foi dado no ano passado, com o início dos trabalhos de sondagem. "Finalizando esta etapa, será possível lançar a licitação para o projeto, e posteriormente publicar o edital para definição da empresa que realizará as obras e, depois, dar início às mesmas. Esse período como um todo vai de quatro a seis anos e, por isso, não se trata de um projeto para a Copa do Mundo", diz.

De acordo com Melles, apesar de o governo federal alegar que o início da concorrência para implantação do metrô só depende da publicação do edital por parte do governo de Minas, a morosidade no andamento do processo diz respeito aos recursos a serem liberados pela União.

"Todo problema ainda existente é do governo federal. Nós estamos antecipando e assumindo como parceiros e fazendo o possível para adiantar o processo, mas em determinado ponto ficamos reféns. Para se ter uma ideia, só agora foram liberados R$ 60 milhões para a sondagem, que teve início em setembro. Foi preciso que o governo do Estado começasse as obras sem que os recursos chegassem para que houvesse o andamento do processo", explica.

Projeto

O projeto do metrô na Capital está orçado em R$ 3,05 bilhões e foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da mobilidade do governo federal. Do total a ser investido na obra, a União participará com R$ 1 bilhão e o governo do Estado com aproximadamente R$ 750 milhões via financiamento. O restante, R$ 1,3 bilhão, será assumido pelas prefeituras de Belo Horizonte e Contagem e pela empresa a ser contratada, através de concorrência na modalidade parceria público-privada (PPP).

De forma geral, a expansão e a modernização do sistema de transporte na capital mineira inclui intervenções nas linhas 1 (Eldorado-Vilarinho), o término da construção e implantação da linha 2 (Calafate-Barreiro) e a construção e implantação da linha 3 (Lagoinha-Savassi). Com os trabalhos, a capacidade de atendimento do metrô passará dos atuais 200 mil passageiros por dia para cerca de 800 mil usuários/dia.

Sondagens

Os serviços de geotecnia e sondagem das obras do metrô tiveram início em setembro do ano passado, pelo centro da Capital, com o objetivo de subsidiar os projetos de engenharia com informações sobre o subsolo dos locais onde passarão as linhas do metrô.

Por meio de perfurações, a Progeo Engenharia Ltda, empresa que venceu a licitação para realizar as intervenções, obteve amostras de solos, rochas e outras informações geofísicas relevantes para o projeto, como a resistência das camadas de solo e o nível d'água subterrâneo. Já a profundidade dos furos ocorreu de acordo com o perfil do túnel a escavado, variando de 30 a 35 metros de profundidade. Ao final deste mês terão sido realizadas 180 perfurações em Belo Horizonte.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Edital para ampliação e exploração do Metrô de Belo Horizonte está em consulta pública

14/12/2012 - Pini Web

Sugestões e comentários devem ser enviados até o dia 10 de janeiro de 2013. Orçamento previsto é de R$ 15,5 bilhões

Gustavo Jazra

A Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais (Setop-MG) colocou na última quarta-feira (12) a minuta do edital referente a implantação de novas linhas e exploração do Metrô de Belo Horizonte em consulta pública. O pacote de intervenções tem orçamento previsto em R$ 15,5 bilhões.

O edital prevê serviços em três linhas do sistema. Na Linha 1, a empresa vencedora deverá fazer a expansão entre a estação de Eldorado e Novo Eldorado e a operação e manutenção no trecho entre as estações Vilarinho e Novo Eldorado. Já na Linha 2 o pacote prevê a implantação, operação e manutenção da Linha 2, a partir da estação Nova Suíça da Linha 1. Na Linha 3, por fim, estão previstos a operação e manutenção do trecho entre as estações Savassi e Lagoinha e o detalhamento do projeto executivo das obras.

O prazo estimado para a execução das intervenções é de 30 anos a partir da assinatura do contrato. Vence a licitação quem oferecer a menor solicitação de contraprestação adicional à tarifa. A Setop-MG ainda não marcou a data para a sessão de abertura das propostas.

A minuta do edital pode ser consultada no site do órgão. Sugestões e comentários devem ser enviados para o e-mail metrormbh@transportes.mg.gov.br até o dia de 10 de janeiro do próximo ano.

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Reunião com o consórcio CAF- Alstom dá largada ao fornecimento dos trens para Belo Horizonte

21/01/2013 - CBTU

Representantes da CBTU e do consórcio CAF-Alstom estiveram reunidos para acertar detalhes do contrato de fornecimento dos dez novos trens que vão ampliar a capacidade de transporte da CBTU Belo Horizonte. O contrato passa de R$ 171,9 milhões e a entrega do primeiro trem está prevista para o segundo semestre de 2014.

O chefe de projetos da CAF, o espanhol Asier Berzosa, destacou que há a possibilidade de antecipação da entrega, em até três meses, dentro do prazo previsto no contrato, desde que não ocorram grandes modificações no projeto do trem fornecido para a Superintendência de Recife.

Segundo Asier Berzosa, a CBTU está adquirindo o que há de mais moderno no mercado ferroviário e a entrega antecipada será um desafio para o consórcio, mas que a indústria nacional tem todas as condições de cumprir. "Agora, é arregaçar as mangas e trabalhar pesado, contando sempre com a rapidez da equipe da CBTU nas avaliações durante a produção", conclui.

Apesar de ser espanhol, o consórcio possui fábrica em São Paulo, facilitando o contato entre a CBTU em Belo Horizonte e a CAF-Alstom. Equipamentos como os truques ficarão a cargo da CAF Espanha, já que o sistema ATC será fabricado pela Alstom, em São Paulo, e a construção estrutural e montagem geral serão realizadas na nova fábrica da CAF, em Hortolândia. O analista técnico e gestor do contrato pela CBTU, Rossinélio Fonte, destacou que o processo mobilizou diferentes áreas da CBTU e demandou esforços dos campos técnico e político. Enfatizou ainda o fato de que os trens serão fabricados no Brasil e com pelo menos 60% de componentes nacionais, gerando um estímulo à indústria nacional e facilitando o processo de manutenção das composições e a nacionalização de componentes. Durante a reunião, o fiscal do contrato, Francisco Lopes, pontuou as principais necessidades da Companhia e avaliou como favoráveis os primeiros contatos com a CAF. "Essa abertura de diálogo é favorável para que consigamos sucesso neste cronograma, nosso encontro foi muito positivo".

Os novos trens da CBTU em Belo Horizonte terão ar condicionado automatizado, monitor de CFTV (Circuito Fechado de Televisão), revestimento resistente ao fogo, baterias com capacidade para manter o sistema elétrico de segurança em funcionamento por, no mínimo, cinco horas, dispositivos de comunicação multimídia, sistema eletrônico de monitoramento, sistema de comunicação móvel de voz e dados, frenagem automática em emergências, sistemas sonoros de emissão de mensagens pré-gravadas, entre outras comodidades que vão facilitar o dia a dia dos usuários e garantir a segurança da operação comercial.

Embarque facilidado:

No que tange à acessibilidade, as composições receberão piso antiderrapante, assentos preferenciais, banco para obesos e portas com rampa retrátil que facilitarão o embarque e desembarque de cadeirantes e de pessoas com mobilidade reduzida.

Fonte: IMPRENSA CBTU BELO HORIZONTE
Publicada em:: 21/01/2013

Prefeitura de Belo Horizonte quer investir R$ 20 milhões em nova linha do metrô

26/08/2013 - Hoje em Dia - BH

O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), pretende utilizar os R$ 20 milhões disponibilizados pelo governo do Estado a obras viárias para contratar o projeto executivo da linha do metrô Savassi-Belvedere.

Segundo o prefeito, as conversas sobre o assunto estão adiantadas com a Metrominas, empresa ligada à Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), e em Brasília. Até amanhã poderá haver novidades sobre a viabilidade da proposta.

"Junto ao governo do Estado apresentamos diversas soluções para a cidade em termos de corredores de ônibus, de BRT, inclusive de ônibus metropolitano, e apresentamos então o ramal Savassi-Belvedere, ao custo de R$ 1,5 bilhão. Tive contato com Brasília sobre isso. Segunda ou terça-feira teremos novidades", disse o prefeito em entrevista à rádio 'Itatiaia'.

Lacerda disse também que a transferência dos ativos do metrô da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) à Metrominas, que delegará a administração e operação do metrô à iniciativa privada por meio de parceria público privada (PPP), pode ser resolvida "rapidamente", depois que for finalizada a auditoria técnica na CBTU.

"Para que seja feita a PPP, é preciso que o governo passe os ativos da CBTU para a Metrominas. Não aconteceu ainda, mas isso se faz rapidamente tendo uma questão política. Há alguns detalhes jurídicos. É preciso que o governo federal termine uma auditoria técnica na CBTU. Estamos dentro do cronograma ainda".

Transportes

A PBH participa, na manhã desta segunda-feira, da audiência pública na Câmara Municipal sobre o transporte público na capital. A reunião foi um dos pedidos dos manifestantes que ocuparam a CMBH por duas vezes, na última semana de junho e no início deste mês.

Conforme publicado pelo Hoje em Dia ontem, a Câmara passará a regular a entrada de visitantes na Casa e, com isso, os manifestantes terão que se identificar ao entrar no prédio. Os ativistas vão encontrar uma mudança no saguão principal do local, onde foram instaladas divisórias para as salas da Ouvidoria.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

CBTU Belo Horizonte firma novo recorde de passageiros: o sexto de 2013

21/11/2013 - CBTU

A CBTU Belo Horizonte firmou um novo recorde de passageiros, transportando 268.981 pessoas na última quinta-feira (14/11), véspera do feriado da Proclamação da República. Foram cerca de 12.500 passageiros a mais que no recorde anterior, registrado em 21 de junho de 2013, quando o Metrô atendeu 256.424 usuários/dia.

O atual recorde diário é cerca de 20% maior que a média de passageiros registrada nos dias típicos de outubro de 2013 e já é o sexto alcançado este ano. O aumento da produtividade do sistema justifica-se tanto pela preferência do consumidor, como também em razão da rapidez da viagem, dos grandes congestionamentos espalhados pela cidade e de um menor custo tarifário apresentado pelo Metrô, o que acaba beneficiando a população e ampliando o acesso ao transporte público na capital.

Para o superintendente da CBTU-Belo Horizonte, Jorge Vieira, o crescimento do número de passageiros é um desafio à operação e uma demonstração clara de que novos investimentos no transporte sobre trilhos da capital são bem-vindos. "Temos nos esforçado ao máximo para atender à elevação do número de passageiros, seja aumentando a disponibilidade de frota no pico ou tomando medidas gerenciais para a otimização da oferta, tais como o desenvolvimento de testes para a circulação de trens acoplados. A cada dia, o usuário demonstra sua preferência pelo Metrô e isso só reforça a importância do sistema sobre trilhos para Belo Horizonte e a essencialidade dele no contexto da mobilidade urbana."

Elevação mensal

O recorde diário de passageiros nas estações, na última quinta (14/11) foi antecedido pela elevação sucessiva do número de pessoas transportadas mensalmente pelos trens. Em outubro de 2013, o metrô já tinha firmado um novo recorde mensal do número de embarques que chegou a quase 6 milhões de usuários/mês.

No detalhamento da demanda acumulada por estação, Eldorado é a unidade que registra o maior volume de passageiros, seguida de perto pelas estações Vilarinho e Central.


Fonte: CBTU
Publicada em:: 21/11/2013

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Ordem no metrô de BH era economizar para sobrar dinheiro para Recife

02/12/2013 - O Estado de Minas

Nem os recursos para pagar funcionários do Metrô de BH escapavam. CBTU nega privilégio ou prejuízo para a capital mineira

Por Mateus Parreiras e Valquiria Lopes

A necessidade de fazer transferências de recursos do Metrô de Belo Horizonte para o do Recife se sobrepunha até aos pagamentos a fornecedores, segundo informações de uma pessoa ligada à diretoria da Superintendência da CBTU em Minas Gerais. "Se a gente reservava o recurso para pagar os funcionários, o Rio de Janeiro (sede administrativa da CBTU) ligava mandando cancelar, dizendo que assim não sobrariam verbas para mandar para o Recife. Não existe isso de compensação por processo. É tudo político, porque Recife tem muita influência na sede", conta esse funcionário, que concordou em falar o que sabe na condição de não ter seu nome revelado por medo de ter a carreira prejudicada.

Criado em 1986, o Metrô de BH conta até hoje apenas com a Linha 1, Vilarinho-Eldorado, que transporta 7.801 passageiros por quilômetro, contra 5.696 usuários por quilômetro das duas linhas do metrô do Recife. "O metrô de BH tem a maior taxa de cobertura. A tarifa recupera 60% do que é gasto. No Recife, a taxa de cobertura é muito baixa. A integração paga só o ônibus. Por essas questões políticas é que se faz um sistema social, só que não se pode fazer isso às custas da operação de outra cidade com sérios problemas sociais como BH", disse o funcionário.

O vice-presidente do Sindicato dos Metroviários, Romeu José Machado Neto, reforça a opinião de que Recife tem recebido mais investimentos por decisão política. "O lobby aqui é dos rodoviários. Investimentos para o metrô não ocorrem há vários anos. É só manutenção e a cada ano que passa os recursos são mais escassos", afirma. "Essa é a política definida pelo governo federal, principalmente porque estão passando o metrô para a Metrominas. Estamos começando o sucateamento. São feitos pedidos de compra e de equipamentos, que, se o governo entende que é investimento, corta. Só se gasta com o essencial, com manutenção."

De acordo com a CBTU, "nenhuma superintendência é superavitária. Todas, em maior ou menor grau, dependem de recursos da União para custear suas operações (incluindo despesas de pessoal) e investimentos". Ainda de acordo com a companhia, "o fato de uma superintendência transferir recursos para outra faz parte do planejamento empresarial da CBTU e não indica nenhum tipo de benefício ou prejuízo decorrente".

Fonte: O Estado de Minas Gerais

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Espera no metrô de BH é maior entre principais linhas do país

28/10/2013 - O Tempo

Durante o percurso feito pela reportagem, na semana passada, o tempo de intervalo entre um metrô e outro chegou a 6 min


Por Luciene Câmara

Qualquer semelhança com um trem metropolitano não é mera coincidência. Além da aparência antiga dos vagões, o metrô de Belo Horizonte tem o maior tempo de espera entre uma composição e outra nos horários de pico em comparação com os outros cinco os principais serviços do país – São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Recife e Porto Alegre. Os usuários mineiros ficam entre 4 min a 7 min esperando o embarque nos momentos de maior movimento, o que é diferente dos modernos sistemas adotados em São Paulo e no Rio de Janeiro, onde o intervalo entre viagens gira em torno de 2 minutos.

O metrô mais demorado depois do de Belo Horizonte é Recife, onde o tempo de espera é de 5 min durante o pico. Já nos demais horários, a capital mineira fica em terceiro lugar entre os que têm maior intervalo, com 10 min, atrás apenas de Recife, com 15 min, e Brasília, com 14. "A frota é muito antiga. Se tivéssemos uma modernização, a espera seria menor", disse a presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro), Alda Lúcia dos Santos.

Velocidade. A lentidão também é observada no ritmo empregado pelo metrô ao longo do trajeto, segundo engenheiros em transporte. A velocidade comercial – que é a velocidade média para a composição percorrer toda a linha, incluindo as paradas – gira em torno de 40 a 45 km/h nas maiores redes de metrô do Brasil e do mundo, segundo o professor do departamento de engenharia de transportes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Dimas Gazolla.

Já a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que administra o metrô da capital mineira, informou, em nota, que a velocidade média da composição é de 38 km/h e que o tempo gasto para se fazer o percurso de 28,1 km da linha 1 – da estação Vilarinho à estação Eldorado – é de 44 min.

Porém, a reportagem de O TEMPO percorreu o trajeto completo da linha 1 e gastou 53 min – sem que houvesse qualquer parada atípica –, o que corresponde a uma média de 31,8 km/h. O mesmo ritmo foi observado nas demais viagens nos horários de pico. "O metrô da capital não consegue atingir uma velocidade maior porque não tem tecnologia de metrô, como dispositivo avançado de segurança, que permite a frenagem rápida em casos de acidente. Do ponto de vista técnico, ele é um trem urbano", afirmou Gazolla.

Na prática. Durante o percurso feito pela reportagem, na semana passada, o tempo de intervalo entre um metrô e outro chegou a 6 min – às 7h36 saiu uma composição e só às 7h42 saiu a seguinte, na estação Vilarinho. Em outros momentos de pico, a espera girou entre 4 e 6 min. Já nos demais horários, a reportagem chegou a ficar 14 min aguardando o trem na estação Central – também sem que houvesse qualquer aviso de pane aos usuários –, o que lotou a plataforma.

A CBTU informou que a frota atual é de 25 trens, e a última renovação ocorreu em 2001. Cada composição comporta 1.026 passageiros. Por dia, o metrô transporta 230 mil pessoas.

Quanto à velocidade média, a companhia alega que o ritmo é semelhante a dos outros sistemas brasileiros, podendo ser até maior que a do metrô de São Paulo, "que opera com uma velocidade comercial de 33 km/h na linha Azul". Já o metrô de São Paulo informou as composições transitam, no mínimo, a 40 km/h.

Melhorias

Reforço. Em julho deste ano, a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) implantou duas viagens a mais por sentido, no horário de maior movimento – entre 18h e 19h, o que aumentou em 20% a capacidade.

Novos. A partir do segundo semestre de 2014, dez novos trens começam a circular na capital, e, com isso, a meta é reduzir o intervalo entre viagens e aumentar a velocidade máxima para 90 km/h.

Estudo. A CBTU informou que está fazendo, ainda, testes para checar se é possível circular com trens acoplados durante o pico.

Levantamento

Dados. O Ministério das Cidades está elaborando um banco de dados sobre a qualidade e o desempenho dos metrôs do país e outros serviços de transporte público. Ainda não há data para divulgação.

Fonte: O Tempo - MG

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Metrô mineiro está desde 2007 sem qualquer investimento

02/12/2013 - Estado de Minas

Durante cinco anos, o Metrô de Belo Horizonte repassou verbas para a Superintendência do Recife, que chegou a R$ 54 milhões

Por Mateus Parreiras

A remessa constante de recursos provenientes do Metrô de Belo Horizonte para a Superintendência do Recife, que chegou a R$ 54 milhões em cinco anos, poderia ter financiado reformas e investimentos em mais segurança e conforto para os usuários da capital mineira. É o que aponta o Sindicato dos Metroviários, que entende esse processo ser parte do descaso da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) com o Metrô de BH, que será estadualizado nos próximos anos. Não é difícil ver o sucateamento das 19 estações ao longo dos 28,5 quilômetros de trilhos entre Venda Nova e o Eldorado, em Contagem. Ao percorrer todas essas instalações na semana passada, a reportagem do Estado de Minas constatou um cenário de abandono em algumas delas, que estão repletas de goteiras e não têm equipamentos básicos de segurança.

Ao todo foram contabilizadas 21 goteiras nos telhados das estações, 15 telefones públicos que não funcionavam, 11 extintores de incêndio vencidos ou inoperantes e quatro compartimentos para mangueiras sem os equipamentos. Uma das situações piores é a da Estação Minas Shopping, no Bairro União, Região Nordeste de BH. Apesar de atender uma região que conta com hotéis e um shopping, além de estar no caminho para o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, a estrutura não conta com mapas para orientar os usuários sobre o entorno. Quatro painéis que costumavam exibir essas informações estavam vazios. Um dos telefones públicos instalados no local não funciona e outro foi arrancado e não substituído, restando apenas o suporte metálico numa das pilastras de concreto.

Portadores de baixa visão também não contam com o auxílio de piso podotátil para orientar seu deslocamento e o acesso aos trens. Da mesma forma, a segurança não parece ser uma das principais preocupações da estação, já que dois extintores de incêndio se encontravam despressurizados, ou seja, não seriam efetivos no combate a chamas. Um terceiro equipamento, de pó químico, específico para apagar o fogo causado por equipamentos elétricos e cuja presença nas dependências do metrô é obrigatória, não estava sequer pendurado na pilastra que tinha a etiqueta que alerta para a presença do equipamento.

Várias outras estações apresentaram deficiências de segurança como essa. Na de Santa Inês, na Região Leste de BH, os dois compartimentos para mangueiras de combate a incêndio das plataformas estavam vazios. Na Estação São Gabriel, que faz integração com os sistemas de ônibus municipais e metropolitanos e onde será feita a integração com a futura rodoviária da capital mineira, também faltam equipamentos e há falhas na operação que causam insegurança. Uma das mangueiras de combate a incêndio não estava na caixa de metal reservada para o equipamento.

Funcionários que cuidam da estocagem de insumos como papéis higiênicos e toalha e galões de produtos químicos de limpeza usaram parte da plataforma para amontoar esses produtos, bloqueando o extintor de incêndio e um dos painéis com mapa de orientação das linha e dos arredores da estação.

O próprio relatório produzido no ano passado pela Metrominas, empresa formada pelo estado e pelas prefeituras de BH e Contagem para implantar e operar o metrô, afirma categoricamente que todas as estações terão de sofrer adaptações, sendo "necessária sua atualização. Para melhorar o equipamento e o desempenho da Linha 1 do Metrô BH, a execução de intervenções planejadas, mas ainda não implantadas, é imprescindível".

Memória

Antiga linha de carga

O metrô de BH foi implantado em agosto de 1986 e ainda tem apenas uma linha, a Vilarinho-Eldorado, construída a partir do leito da antiga linha de carga existente desde a fundação de Belo Horizonte, que cortava a cidade de leste a oeste. De acordo com o diagnóstico da licitação para a parceria público-privada feita pela Metrominas, "essa limitação no traçado básico, somada ao fato de as estações terem sido construídas, sem considerar o planejamento urbano, em locais inadequados e sem continuidade com o tecido urbano adjacente, gera problemas de acessibilidade para a população em geral e, principalmente, aos portadores de necessidades especiais". Nesses 27 anos, melhorias foram agregadas à Linha 1, como a implantação das estações Vila Oeste e a Minas Shopping, modificações de concepção da Estação José Cândido e extensão da linha até o Vilarinho.

Fonte: O Estado de Minas Gerais

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Por cinco anos, Metrô de Belo Horizonte fez repasses de recursos ao sistema de Recife

02/12/2013 - Em.com.br

Ao todo, foram repassados R$ 54 milhões ao sistema do Recife, que, além de mais extenso, tem tarifa mais barata

Mateus Parreiras
Valquiria Lopes

Metrô mineiro está desde 2007 sem qualquer investimento em conforto e segurança para os passageiros  (Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)
Metrô mineiro está desde 2007 sem qualquer investimento em conforto e segurança para os passageiros  (Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)

Desde 2007 sem obras de ampliação, inclusão de trens, investimentos em conforto e em segurança, o Metrô de Belo Horizonte ainda teve de fazer repasses anuais ao sistema do Recife (PE), que é maior e tem tarifa mais barata que a mineira, de R$ 1,60 contra R$ 1,80. Desde 2009, a transferência de recursos diversos originários do orçamento, da operação e da arrecadação da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em BH para a Metrorec, da capital pernambucana, somou quase R$ 54 milhões. A informação foi repassada ao Estado de Minas via Lei de Acesso à Informação, pela própria CBTU. Para ter uma ideia da importância desse montante, as obras da Linha 2 (Barreiro-Calafate) com extensão de 10,5 quilômetros consumiram R$ 58 milhões com a execução de 16% das desapropriações e 38% das obras civis, de 1998 até 2004, quando foram paralisadas.

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Não é a primeira vez que a política federal beneficia Pernambuco e gera suspeitas de privilégio. Em 2011, o estado recebeu R$ 98 milhões para projetos de prevenção, quase metade de toda a verba para ações desse tipo repassada pela Secretaria Nacional de Defesa Civil aos estados, de R$ 216 milhões, segundo dados do Ministério da Integração Nacional. O então ministro da pasta, Fernando Bezerra Coelho, que é pernambucano, negou na época que a ação fosse política. Em 2006, ainda no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o investimento de R$ 275 milhões no Aeroporto Internacional de Guararapes, na capital de Pernambuco, estado natal do presidente, também gerou discussão nos estados que vinham pedindo mais investimentos da Infraero, antes dos pacotes acertados pelo PAC da Copa.

Fontes ligadas à Superintendência da CBTU em BH informaram que os repasses entre a capital mineira e o Recife cumprem interesses políticos e são ordenados pela administração central, sediada no Rio de Janeiro. De acordo com a CBTU, o motivo de tantas transferências de recursos ao Recife foi "devido ao volume de bloqueios judiciais da receita da superintendência do Recife, sendo, portanto, atípica" e não seria ilegal, uma vez que o caixa da companhia é único. A empresa, porém, não soube informar quais investimentos foram prejudicados em BH por esse motivo.

A companhia não conseguiu explicar, também, quais seriam as ações judiciais que bloquearam os recursos pernambucanos nem se haviam congelado os recursos correntes em cada um dos cinco anos em que as transferências foram feitas. A reportagem do EM identificou apenas uma dessas ações, a Representação 027.622/2009-3, baseada em denúncia do Ministério Público de Pernambuco ao Tribunal de Contas da União (TCU), no fim de 2009, contra a "formação de cartéis em licitações da CBTU de Recife", O processo foi encerrado em 2011. Foi justamente em 2009 que ocorreu a maior remessa de verbas, de R$ 30,8 milhões. No ano seguinte, houve outra grande transferência, de R$ 17,9 milhões.

Transparência 

As movimentações de recursos entre as superintendências provocaram estranhamento até da Controladoria Geral da União (CGU), que, ao repassar os dados pela Lei de Acesso à Informação, constatou que as transações não constavam do banco de dados da transparência. "No que tange aos contratos das STUs BH e Recife há uma defasagem de informações, caso que não ocorre na administração central e demais STUs", informou a CGU, que ainda apontou: "Por alguma razão alheia ao nosso conhecimento (as informações das transferências de valores) não foram inseridas no sistema, fato que já solicitamos correção aos responsáveis pelo Portal da Transparência".