quarta-feira, 25 de julho de 2012

Ferrovia até Cianorte será restaurada, Mas Umuarama continuará sem trem...

25/07/2012 / Jornal Ilustrado

A estação de Cianorte foi inaugurada em 1972, com um prédio provisório. Somente no ano seguinte (1973) a estação teve o seu prédio definitivo construído.

Uma boa notícia... para a população de Cianorte: A reativação do trecho ferroviário de 92 quilômetros, entre Cianorte e Maringá, uma antiga reivindicação do setor, pode se tornar realidade. Um plano de recuperação do trecho da malha ferroviária Maringá/Cianorte, com cronograma de obras, deve ser apresentado pela América Latina Logística (ALL) até o dia 6 de setembro, conforme decisão da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Segundo a direção da ALL no Paraná, a decisão está de acordo com os interesses da empresa, que já tem praticamente pronto o projeto.

Destinada ao transporte de cargas aos portos de Paranaguá (PR), a ferrovia atualmente opera somente até Maringá. O trecho Maringá-Cianorte foi desativado há 22 anos. Há também estudos de viabilidade que visam ampliar a malha ferroviária e o transporte por esse meio de Cianorte até Guairá, conforme projeto original que, inclusive, já desapropriou as terras por onde passaria a estrada. Além do transporte de açúcar, álcool e grãos, dos quais a região de influência do projeto é grande produtora, há outras indústrias e segmentos que demanda a estrutura de transporte.

Para que a linha volte a funcionar no entanto, seria necessário sua readequação para desviá-la do perímetro urbano, já que o Plano Diretor de Cianorte contém essa exigência, segundo informações da prefeitura do município. Para retirada da linha férrea do trecho onde está projetado o novo centro do município (Esplanada), necessitaria também de autorização da União, já que a ela pertence a infraestrutura instalada. A prefeitura de Cianorte já estaria negociando essa retirada com o Governo Federal, mas ainda não há uma resposta definitiva. No momento, a solução mais compatível, no caso de reativação da linha férrea, será que o trem circule somente até o Terminal do Calcário em Vidigal, onde poderia ser realizada a conexão com a linha para Maringá.

A estação de Cianorte foi inaugurada em 1972, com um prédio provisório. Somente no ano seguinte (1973) a estação teve o seu prédio definitivo construído. A estação é a terminal do ramal Ourinhos-Cianorte. Daqui a linha deveria seguir até Guaíra e Foz do Iguaçu, pelos projetos inaugurais. Existiam até planos mais antigos de se a unir a linha à E. F. Mate Laranjeira, em Guaíra, que na época da abertura da estação de Cianorte, já estava desativada. Por volta de 1980, os trens mistos entre Maringá e Cianorte foram desativados.

Ferrovia do Caiuá, para nós é uma eterna utopia!

Umuarama foi fundada em 1955 e, à época, o sucesso de vendas de terras rurais e urbanas e da colonicação só foi concretizado graças à promessa de que seria construída a Estrada de Ferro Noroeste do Paraná, ligando o Estado de São Paulo, passando pelo Paraná, ao Paraguai.

Até agora, mais de meio século depois, Umuarama e todos os outros municípios situados no antigo traçado da estrada de ferro entre Cianorte e Guaíra ainda esperam o cumprimento dessa antiga promessa, no início por parte dos colonizadores, nas décadas que vieram depois pelos políticos oportunistas em seus discursos nos palanques oficiais...

E essa ferrovia, que agora preferimos chamar de Ferrovia do Caiuá, continua – e seguirá – sendo “isca” para conquistar os votos do eleitorado, que em sua inocência e ignorância, ainda credita em promessas vãs. A verdade é que, ao que tudo indica, passará mais meio século e não estaremos vivos para assistir a chegada do tão sonhado trem a Umuarama.

Até porque se trata de uma obra bilionária, que só o governo federal poderia bancar; porque o antigo traçado hoje é inviável, pois está ocupado por lavouras e pastagens particulares, além de outros entraves burocráticos que surgirão pela frente caso for criado um novo projeto para a Ferrovia do Caiuá.

Todos os detalhes sobre esse polêmico assunto estão contidos numa reportagem especial da revista “Fatos”, publicada no início deste ano e que teve ampla repercussão na imprensa do Noroeste paranaense. Numa análise profunda, detalhada e totalmente sedimentada em registros fiéis e originais, este repórter mostra esta longa história que preferimos intitular de “O Calote do Século”. Vale conferir a matéria, na íntegra, no umuaramabyitalo.com.br

Uma edição-documento para ler, meditar e guardar para a posteridade, pois retrata uma importante página da História de nossa região, que muitos insistem em esquecer empurrando para debaixo do tapete do conformismo, uma saga que emperrou o desenvolvimento e que se arrasta, acreditem!, por mais de 50 anos... Um assunto que deveria estar sempre em pauta para discussões, mas lamentavelmente viveu durante muito tempo sob um véu de esquecimento e de cinismo politiqueiro! (Italo Fábio Casciola) 

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